ATA DA DÉCIMA TERCEIRA REUNIÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 20-7-2011.

 


Aos vinte dias do mês de julho do ano de dois mil e onze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Comissão Representativa da Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quarenta e cinco minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Adeli Sell, João Antonio Dib, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Professor Garcia, Sofia Cavedon e Toni Proença, titulares. Constatada a existência de quórum, a senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Reunião, compareceram os vereadores Airto Ferronato e Haroldo de Souza, titulares. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios s/nº e s/nº, da Câmara dos Deputados. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Adeli Sell, João Antonio Dib, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Professor Garcia e Toni Proença. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Adeli Sell, pela oposição, João Antonio Dib, pelo Governo, e Mauro Pinheiro. Em TEMPO DE PRESIDENTE, pronunciou-se a vereadora Sofia Cavedon. Às onze horas e nove minutos, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Reunião Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela vereadora Sofia Cavedon e pelos vereadores Toni Proença e Adeli Sell e secretariados pelo vereador Toni Proença. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo senhor 1º Secretário e pela senhora Presidenta.

 

 


A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Havendo quórum, passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ADELI SELL: Bom-dia a todos e a todas. Feliz Dia do Amigo! Eu, Ver. João Dib, quero aqui, de forma muito tranquila, mas também, por outro lado, com um grau bastante acentuado de preocupação com a comunidade da Vila dos Herdeiros, na divisa de Porto Alegre com Viamão, trazer esse problema a V. Exª, já que os meus apelos ao DMAE e ao DEP foram infrutíferos na última semana.

Desde o início deste primeiro semestre, quando, na primeira incursão feita por vários Vereadores desta Casa - Ver. Toni Proença, Sofia, eu -, fomos à Vila dos Herdeiros, onde, V. Exª sabe muito bem, temos a Reserva da Lomba do Sabão e vimos que lá há uma proliferação de ervas variadas, entre elas várias macrófitas, que, novamente, tomaram volume muito grande na última chuvarada, tomaram conta de todo o riacho que, na verdade, hoje, é um valão, o que ameaça todos os moradores do entorno numa próxima chuvarada, que já se iniciou nesta madrugada. Quero apelar para que o DEP, o DMAE, a Prefeitura, enfim, faça aquilo que se comprometeu com os moradores da região. Houve uma tentativa de limpeza que não foi levada até o fim. O DEMHAB, que deveria retirar três casas, segundo informações que tenho, ainda não fez o tema. Portanto, nós temos que resolver essa questão. Nós não podemos deixar à mercê das intempéries mais de 150 famílias que moram no entorno daquele valão, na Vila dos Herdeiros. Esse é o meu apelo, essa é a questão fundamental que quero cobrar nesta manhã.

A outra situação que é insuportável é o terminal da Praça Parobé. Ao lado do Mercado Público, no Terminal Parobé, nós temos imundice por todos os lados, lixo espalhado; os moradores de rua tomaram conta do local, estão muitas e muitas vezes deitados com os seus colchões, com suas bugigangas exatamente onde o cidadão tem que pegar um ônibus ou descer de um ônibus. Onde está o companheiro, amigo Kevin Krieger nessa hora? Eu quero apelar ao nosso colega licenciado Kevin Krieger, da FASC: é hora de visitar o Terminal Parobé, urgente, urgentemente! Estou copiando todas a fotos tiradas por uma usuária do ônibus, que desce todas as manhãs no Terminal Parobé. Não pode ficar assim, não deve ser assim o tratamento aos nossos moradores de rua! Por favor, vamos tomar iniciativas, vamos fazer com que a nossa Cidade seja melhor, mais humana, com tratamento decente e humanitário aos moradores de rua, e, ao mesmo tempo, limpa e decente.

Eu fui o maior propulsor e defensor da conteinerização dos lixos desta Cidade nos últimos anos, Ver. João Dib, mas fiquei tremendamente frustrado porque imaginava que seguiríamos o padrão de Caxias do Sul, onde temos dois tipos de contêineres: o do lixo domiciliar e o do lixo seco, reciclável, que trouxe qualidade para a cidade de Caxias do Sul. Aqui em Porto Alegre, infelizmente, optamos por um dos sistemas mais antigos, mais atrasados do conteinerização; o tipo de contêiner não é o mais moderno, é um dos primeiros que houve nos países europeus. Nós já temos contêineres extremamente modernos, mais baratos e com manipulação mais fácil - os de Caxias são o exemplo mais claro. Ainda temos alguns contêineres à moda antiga em Pelotas e Rio Grande, mas me parece que, em Passo Fundo e Venâncio Aires - não fui lá nos últimos tempos -, já há contêineres mais modernos que os nossos.

O que houve? Por que houve esse tipo de escolha, se nós temos conteinerização mais moderna? Por sinal, Porto Alegre fez um convênio com a cidade de Rosário, na Argentina. E aí, não entendo por que a grenalização política continua, Verª Maria Celeste. A Prefeitura me procurou para saber os contatos de Rosário. Três Vereadores foram lá - Walter, Ferronato e eu -, e, no dia em que veio a delegação aqui, foi feito o convênio, e esqueceram de convidar a Câmara de Vereadores e também esqueceram deste Vereador, que foi quem proporcionou os contatos. Será que nós temos que conviver sempre com essa grenalização política? Respondi, há pouco, ao responsável pelo Procon de Porto Alegre exatamente sobre isto: “Me deixa fora dessa briga, dessa grenalização.” Respondi a uma cobrança que fazia pela Internet.

Eu acho que nós temos muitas mazelas em Porto Alegre e que de nada vai adiantar uma publicidade com um gasto tremendo sobre conteinerização. Uma publicidade, por sinal, de péssima qualidade, com uma cor desbotada nos outdoors, que, num dia de chuva como hoje, não se consegue ler absolutamente nada, porque é um laranja desbotado, cheio de coisas! Falam da coleta mecanizada em Porto Alegre, quando tem o símbolo da Prefeitura de Porto Alegre deste tamanho em baixo! É uma redundância! Eu não entendo quem fez essa publicidade, por que foi gasto esse dinheiro! No jornal, também, a leitura está praticamente invisível.

Gente, vamos ouvir o que esta Câmara de Vereadores tem a dizer, vamos ouvir a nossa experiência de anos e anos de corrida pela Cidade, de contato com as comunidades. Um governo que não ouve é um governo que não pode acertar. Eu penso em Porto Alegre. Eu vivo esta Cidade. Nós amamos esta Cidade. Por isso nós queremos que ela caminhe para frente, que ela se torne cada vez mais uma Cidade moderna, inclusive, que seja boa para todo o povo e também para aqueles que nos visitam hoje e amanhã. E, sem dúvida nenhuma, será uma bela Cidade na Copa do Mundo. Mas nós temos que fazer Porto Alegre mudar e avançar; brigar menos e avançar, ouvir mais, ouvir muito mais! Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, hoje é o Dia do Amigo, e, no Dia do Amigo, eu quero mandar um abraço a todos os meus amigos, que, felizmente, são muitos, mas eu vou centralizar este abraço numa pessoa, uma pessoa com quem eu convivi, que eu compreendi, aprendi a conhecer e, consequentemente, a respeitar, a admirar e a querer. Eu estou falando numa ex-servidora desta Casa que, quando eu assumi meu quinto mandato, era Diretora Legislativa. Estou falando da Teresinha Casagrande.

Nessa época, tratávamos da Lei Orgânica do Município, e a Teresinha foi incansável, foi realmente a mola mestra para que nós pudéssemos fazer a redação final da Lei Orgânica. Eu me lembro que, no último dia de votação da Lei Orgânica, nós entramos noite adentro, e, no outro dia, pela manhã, ela seria promulgada. O Plenário era o Plenarinho, não este aqui. De manhã cedo, às 8h30min, cheguei, e a Teresinha já estava vestida, penteada, maquilada, pronta para a solenidade, preparando os últimos detalhes para a promulgação da Lei Orgânica. E assim ela procedeu durante o tempo todo como Diretora Legislativa. Depois, ela foi taquígrafa também; eu gosto muito dos taquígrafos, e aí já cresceu um ponto mais na minha admiração.

Essencialmente, quando nós fizemos o Plano Diretor, em 2009, a atuação da Teresinha Casagrande na discussão, na elaboração da redação final do Parecer, para que pudesse ser examinado pelo Plenário, foi algo extraordinário. E ela, então, passou a ter mais admiração da minha parte.

Eu quis fazer a ela uma homenagem, outorgando-lhe, através da Casa do Povo de Porto Alegre, a quem ela serviu tão dedicadamente, um Diploma de Honra ao Mérito. Na sua humildade, Teresinha Casagrande pediu que eu não fizesse isso, porque entendia que os servidores da Câmara mereciam a homenagem, e não só ela. Na verdade, os servidores da Câmara merecem a homenagem, sem dúvida nenhuma, mas, de qualquer forma, o meu abraço aos meus amigos, às Taquigrafas, em especial; aos servidores da Casa, que são representados hoje através da figura extraordinária da Teresinha Casagrande. Então, cada amigo meu recebe o meu abraço, mas a Teresinha recebe a minha homenagem. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Ver. Dib, pela parte que nos toca. Quero somar a sua homenagem ao jornalista que perdemos ontem, o Clóvis Duarte, um jornalista espontâneo que eu chamo “do bem”, da pluralidade, do respeito à diferença. Convido a todos que desejarem para, daqui a pouco, me acompanharem para prestar uma homenagem ao jornalista no Crematório Municipal.

A Verª Maria Celeste está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Srª Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, também quero me somar às homenagens pelo Dia do Amigo, especialmente à homenagem da Câmara Municipal a Clóvis Duarte, grande professor de Biologia, professor do antigo IPV, um grande comunicador que, com a sua forma de comunicar, trouxe inovações, no Estado do Rio Grande do Sul, com um jornalismo sério, mas também com aquele jeito de colocar muita alegria, muita piada, muito humor e informação no seu programa. Hoje, com certeza, Porto Alegre, o Estado do Rio Grande do Sul, no Dia do Amigo, está mais triste pela falta que fará o nosso querido comunicador.

Eu queria, Presidente, neste período de Comunicações, trazer um tema que nós, um pequeno grupo de Vereadores, estamos trabalhando na Cidade, junto com V. Exª, especialmente nesta Câmara de Vereadores. É um dos temas mais candentes que o Brasil e a nossa Presidente Dilma têm tido a coragem de enfrentar, que é a questão da exclusão social, através de um programa inovador para o qual tivemos a presença da Ministra Tereza Campello, há uns quinze dias, lançando o Programa Brasil sem Miséria, um programa arrojado, audacioso, que motiva todos nós, especialmente o Governador Tarso Genro, que também está propondo que o Estado do Rio Grande do Sul tenha um programa especial para que possamos fazer esse enfrentamento.

A Câmara Municipal não poderia se furtar a seguir seu exemplo, com a iniciativa da nossa Presidente de criação da Frente Parlamentar de Combate à Fome e à Miséria no Município, e nós, o Ver. Pedro Ruas, Ver. Toni Proença, Ver. Dr. Raul Torelly, Verª Sofia Cavedon e esta Vereadora, estamos convidando todos os Vereadores e Vereadoras da Câmara que quiserem a se somar a essa iniciativa. Estamos nos propondo a um grande desafio: a efetivamente sermos propositivos nesse combate à miséria na cidade de Porto Alegre.

A Câmara Municipal, através da Presidência, tem feito incursões nas vilas da periferia da nossa Cidade e tem percebido a falta e a ausência quase total de políticas públicas em determinadas vilas. Nós tivemos a experiência de verificar, por exemplo, nas vilas da Grande Humaitá, a condição de miserabilidade em que vivem aquelas famílias. Portanto, a partir dessas intercursões do projeto Câmara na Comunidade, podemos perceber que ali há uma ausência total de uma política pública necessária para efetivamente resgatar as famílias, as pessoas, as crianças e especialmente os idosos que vivem nas vilas do Humaitá. Aqui posso elencar quatro dessas vilas, com que vamos ter um cuidado maior neste momento, nessa preparação para estabelecer um programa, um projeto de combate à da miséria em Porto Alegre. A Beco X, a Vila Liberdade, a Tio Zeca e a Santo André são as quatro vilas em que, junto com a nossa Presidente, estamos planejando atuar fortemente para que esse programa nacional seja aqui implementado, seja um programa estadual.

Queremos também que, junto ao Governo do Município de Porto Alegre, possamos, efetivamente, Ver. João Antonio Dib, construir uma política pública eficaz e eficiente. O Governo Federal, por meio do chamado Busca Ativa, que é um conceito novo trazido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, apresenta essa nova formatação, que é um conceito, como diz o Ver. Dr. Raul, já muito usado pelos trabalhadores da Saúde e que, na área da Assistência Social, na área da política pública, nós ainda não temos internalizado e não temos a prática de usar.

O que é o Busca Ativa? Busca Ativa é poder ir ao encontro da população, especialmente daquela população que nem sequer acessa os recursos, os meios, as políticas públicas do Município; é aquela senhora que está lá na periferia, num bairro periférico da nossa Cidade, que nem sequer acessa o posto de saúde, nem sequer sabe que há um médico naquele posto de saúde, nem sequer sabe que tem direito a uma consulta médica, à medicação que está ali. Dessa forma, nós queremos contribuir nesse processo por meio da iniciativa desses Vereadores que estão se reunindo e propondo um programa de trabalho, para que todos os Vereadores possam também se inserir nesse trabalho que vamos realizar no próximo período, especialmente a partir das vilas do Humaitá.

Nós queremos ser mais pró-ativos, Ver. Dib, não ficar apenas nas discussões teóricas, como fala o Ver. Toni, não ficar apenas na fiscalização, na nossa atribuição que já é a que normalmente nós usamos e temos utilizado muito bem através das iniciativas da nossa Presidente. Queremos ser mais propositivos, porque não dá mais para conviver com a exclusão social no Município de Porto Alegre como, reiteradamente, temos visto em algumas vilas, especialmente nas vilas do bairro Humaitá, onde a carência é enorme, onde falta água, falta luz, falta saneamento básico, falta moradia digna. Os Vereadores têm que ser mais propositivos junto ao Executivo local, para que, efetivamente, possamos reverter a condição de miserabilidade em que vivem muitas famílias no Município de Porto Alegre.

Então, a partir dessa Frente Parlamentar, vamos estar inseridos na programação desse projeto tão audacioso para o Brasil, que é, especialmente, um projeto que queremos que aconteça na prática, aqui no nosso Município, Ver. Haroldo de Souza, porque nós queremos, efetivamente, tirar as famílias da condição de miserabilidade em que ainda vivem no Município de Porto Alegre. Muito obrigada, Sra. Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Muito bem, Verª Maria Celeste, assinamos embaixo das tuas palavras, mas, mais do que assinamos, estamos nessa empreitada.

O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Presidente Sofia; demais Vereadores; Verª Maria Celeste; público que nos assiste pelo Canal 16, primeiro, quero aproveitar o Dia do Amigo e dar um bom-dia a todos os nossos amigos, Ver. João Antonio Dib, aos colegas Vereadores, ao público que nos assiste e àqueles que, cedo, já nos mandaram mensagens, nos felicitando pelo Dia do Amigo.

Eu tenho uma preocupação que quero externar aos colegas desta tribuna. Mesmo sendo do Partido dos Trabalhadores e apesar de não ser da nossa alçada, acho que temos que fazer uma cobrança, acho que esta Câmara não poderia deixar de se pronunciar a respeito dos problemas que temos enfrentado na aviação, Ver. João Antonio Dib. É uma questão com que a ANAC deveria começar a tomar mais cuidado e a se preocupar, porque, a cada dia que passa, vemos certas fusões acontecendo.

Agora, vemos a compra da Webjet pela Gol. Com isso, a Gol e a TAM terão 85% do poder de voos no Brasil. Isso é muito para duas únicas empresas, quase um monopólio de empresas aéreas. A minha preocupação não é só com o fato de 85% dos voos estarem só com duas empresas. Como ultimamente mais pessoas aumentam o seu poder aquisitivo, mais pessoas estão andando de avião, o que me preocupa é a manutenção dos aviões, Ver. João Antonio Dib. Quase todos os dias, vemos, nos jornais, notícias de problemas no transporte aéreo, como a falta de manutenção de aviões, porque o número de passageiros aumenta, e temos só duas empresas responsáveis por esse transporte. Elas começam a cada vez levar mais passageiros, e a manutenção dos aviões acaba não sendo feita como deveria. Acredito que a ANAC tem que tomar medidas para cobrar mais a manutenção.

Há poucos dias, tivemos uma infelicidade com um avião da Noar Linhas Aéreas, que caiu, uma empresa que tem poucos aviões, e depois os noticiários relataram que foi por falta de manutenção no avião. Os pilotos fazem registros de itens que precisam ser arrumados, mas isso acaba sendo protelado, pelo grande número de passageiros que se tem, e a manutenção não é feita de forma adequada. Portanto, temos que ter a preocupação de fazer com que os órgãos de fiscalização cobrem mais manutenção dessas empresas aéreas e que se tenha uma forma de aumentar o número de empresas aéreas, para que a concorrência leve a melhores serviços.

Ontem também foi noticiado que um avião da TAM que voltava de Orlando para São Paulo teve que fazer um pouso de emergência em Miami, porque havia cheiro de queimado dentro do avião, e por pouco não acontece mais uma tragédia. Dias atrás, Ver. João Antonio Dib, eu estava indo a Brasília pela Gol, quando, depois da realização de todos os procedimentos para levantar voo, o avião entrou na pista, correu a pista e não conseguiu subir por algum motivo. O piloto nos avisou que era problema em uma pecinha e que eles iam verificar. Paramos, ficamos dentro do avião por algum tempo; logo após, o piloto pediu para todos os passageiros da Gol descerem, pois havia problema em uma peça. Quando descemos, eles estavam com a turbina do avião aberta, em plena pista, para fazer a manutenção da turbina do avião. Quer dizer, nós temos poucas empresas, acaba se formando quase um monopólio, um oligopólio no Brasil de poucas empresas aéreas, com duas empresas responsáveis por quase 85% da demanda, e eu acho que nós temos que cobrar da ANAC, dos órgãos de fiscalização do Governo Federal, que fiscalizem essas empresas, Ver. Adeli Sell, para que a manutenção seja feita de forma rigorosa e para que se ache um mecanismo que melhore a nossa aviação, com mais segurança, porque, a cada dia, o número de passageiros está aumentando, e nós não estamos vendo a manutenção e, seguidamente, vemos notícias como essas tanto por parte da Gol como da TAM. Então, temos que ter essa preocupação. Apesar da competência ser de uma esfera acima da nossa, eu acho que é nosso dever, já que nós acompanhamos essas notícias, fazer esse relato aqui da tribuna, colocando a nossa indignação com essa falta de manutenção em razão dos riscos que as pessoas estão correndo ao pegarem um avião que não tem a manutenção adequada.

Portanto, eu acho que vale o registro, e esperamos que a ANAC tome providências em relação às empresas de aviação e aos aeroportos.

Ontem, em razão de um problema no check-in da Gol, houve um atraso, os passageiros ficaram à mercê, e se formaram filas quilométricas no Aeroporto Salgado Filho. Quando um passageiro tem um problema e chega atrasado, ele perde o voo e tem que pagar multa. Outro dia, eu estava em Brasília, precisava voltar, e, em razão daquele problema das cinzas do vulcão, que fez com que muitos aeroportos fechassem, o pessoal da empresa Gol nos disse que o compromisso não era deles, por se tratar de um problema meteorológico, e que cada passageiro teria que se virar, pois eles não tinham nenhuma responsabilidade. Muitos passageiros que lá estavam ficaram sem saber o que fazer, porque não tinham como voltar, e as empresas aéreas insistiam na tese de que a responsabilidade não era delas e que cada um tinha que se virar. Inclusive, havia uma pessoa lá com mais de 40 alunos de uma escola, e eles tinham que voltar naquele dia de Brasília, mas, como não era possível, em razão das cinzas do vulcão, a empresa dizia que a responsabilidade era dele. Depois de muita luta, a empresa aérea acabou arrumando um hotel para aquelas crianças. Imaginem aqueles professores com 40 alunos, crianças de 10, 12 anos, num aeroporto, esperando um dia, dois dias, para poderem voltar para a sua cidade sem as empresas aéreas tomarem qualquer atitude. Isso tudo acontece, Ver. João Antonio Dib, pela falta de concorrência, uma vez que 85% da demanda, hoje, está nas mãos de duas empresas. Por isso que eu tenho falado sempre, desta tribuna, a respeito do perigo das fusões das grandes empresas, formando oligopólios e monopólios. Acho que temos de ter a preocupação, o CADE tem que se preocupar com as fusões. E nós, desta Câmara, apesar de isso estar numa alçada superior, temos que fazer o nosso relato e as nossas cobranças. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Professor Garcia está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta; Sras Vereadoras; Srs. Vereadores; público que nos assiste, em primeiro lugar, quero aproveitar a data de hoje, 20 de julho, para dar o meu abraço em todos aqueles que eu considero amigo. E amigos são aqueles que, ao longo da nossa vida, vamos conhecendo por diferentes razões e vamos agregando. Muito se diz que os nossos melhores amigos - e esses são amigos eternos - são os nossos pais, os nossos irmãos. Mas, ao longo da nossa vida, nós conhecendo inúmeras pessoas, centenas de pessoas, algumas nos calam de uma maneira profunda, e essas, eu diria, realmente são amigos. Amigos são aqueles com quem tu podes compartilhar os bons e os maus momentos.

Mas venho aqui, de público, fazer um relato. Recebi alguns e-mails, e vou descrever o último que recebi de um conhecido, em que ele coloca o drama vivido no domingo à noite, no Ginásio Tesourinha. Ele coloca (Lê.): “Gostaria de manifestar a minha solidariedade aos jovens que tiveram seus bens saqueados no estacionamento do Ginásio Tesourinha na noite de ontem, [no caso, domingo] em Porto Alegre. Era para ser uma noite maravilhosa, onde assistiríamos a final do Campeonato Metropolitano de Basquete. Tinha tudo para ser um grande jogo. Foram três meses de Campeonato, diversas equipes participaram. O outro finalista, o Java, veio de Estância Velha para disputar a final. Mas o incrível aconteceu, ou pior, não aconteceu o jogo. Motivo: os carros dos atletas do Jaws (um dos finalistas) foram saqueados, não havendo mais clima para continuar o jogo... Inusitado, mas talvez nem tanto. Por que a surpresa? Isso acontece rotineiramente nesse local; só as autoridades responsáveis é que não tomam qualquer providência. [Estou me referindo ao Ginásio Tesourinha.] Na estatística oficial, será apenas um registro (o carro do Paulinho, que teve duas rodas roubadas). Os demais proprietários dos carros não irão fazer registro das ocorrências em função do descrédito nas autoridades públicas de segurança (Municipal - Guarda Municipal). Isso ocorre rotineiramente em eventos nessa região - não é novidade. Até então, nenhum membro do Jaws tinha sido vítima, agora fazem parte da estatística. No retorno para casa ontem, comentei com a minha esposa o meu sentimento de ‘impotência’ como cidadão da cidade de Porto Alegre. O que seria para ser um evento de alegria e vibração transformou-se numa demonstração clara da ausência total de segurança pública. Uma polícia militar ineficiente, que trata somente do efeito e não da causa, apareceu depois que aconteceu o fato para fazer o registro para as estatísticas. Uma Cidade que possui guardas municipais ausentes. Tenho que destacar que, quando o assunto é multar carro no local, os azuizinhos aparecem frequentemente. O mais espantoso [Cita ele.] é que, ao lado do Tesourinha, há um estacionamento público que fica fechado quando há eventos nesse local, obrigando as pessoas a deixarem seus veículos (propriedade) em locais em que quadrilhas de ladrões atuam tranquilamente em função da inépcia das autoridades públicas municipais.”

Registro que, no domingo retrasado, este Vereador esteve no Tesourinha para assistir a uma etapa do Encontro de Arte e Tradição Gaúcha - Enart -, e me causou surpresa mesmo o porquê de o estacionamento gratuito estar fechado. Em compensação, os carros estavam todos estacionados fora e de uma maneira, quase como uma extorsão. Quando eu estacionei o meu carro, veio um rapaz e disse que o carro estaria bem cuidado e me pediu 10 reais. Eu disse: mas como 10 reais? Ele me pediu que desse 10 reais no momento, antecipado. Eu disse que não daria. Ele disse que estava tudo bem. Por sorte, que ele não me afrontou, mas disse que estaria bem cuidado. Eu não dei nada e saí. Realmente, não fizeram nada com meu carro naquele domingo, mas me causou espécie o fato de por que o estacionamento público estar fechado. Sei que o Secretário de Esportes, Professor José Edgar Meurer, diz que a dificuldade é que a Secretaria Municipal de Esportes, Recreação e Lazer não dispõe de pessoas para fazer isso, mas nós sabemos que a Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Segurança Urbana, através dos azuizinhos, e a Guarda Municipal pode fazer este trabalho, que é justamente de cuidar do patrimônio público, deixar pelo menos um Guarda Municipal no Ginásio Tesourinha.

Para finalizar o relato do e-mail, ele coloca (Lê.) “Esta é a cidade da Copa, do tudo bem e tranquilo, a cidade do Tri, da beleza do por do sol, onde reina a insegurança e seus munícipes entregues à própria sorte. A Copa não é 2014, é hoje, pois a Copa são somente 45 dias. Qual a qualidade de vida que teremos na nossa Porto Alegre do por do sol até lá? Fiquei triste com as cenas que presenciei de jovens inconformados com os fatos. Ainda bem que não houve consequências mais graves.” Ele pede que repassem a outros órgãos.

Eu venho, de público, fazer esse registro. Não vou identificar essa pessoa, porque recebi inclusive vários e-mails e alguns telefonemas, mas pediria a atenção, principalmente por parte do nosso Secretário Municipal de Esportes, Recreação e Lazer, Professor José Edgar Meurer, que desempenha um ótimo trabalho, fazendo todo o esforço, mas também do nosso colega Ver. Nereu D’Avila, para que cuide principalmente dos próprios municipais, colocando um Guarda Municipal para preservar, porque, na realidade, essa não é a função do Guarda Municipal, mas, pelo menos, havendo alguém...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

O SR. ADELI SELL: Então, Ver. Garcia, quem sabe, V. Exª, que é da base do Governo, poderia perguntar ao Secretário Nereu D’Avila onde estão os mais de 500 guardas municipais. Que próprios estão sob a sua responsabilidade? E aqueles três, que ninguém sabe onde estão? Essa é a pergunta que não quer calar. E tem mais: nos próximos dias, minhas senhoras, meus senhores, eu trarei importantes contribuições sobre a Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Segurança Urbana. As coisas lá vão muito mal. Por isso, Ver. Garcia, há próprios municipais abandonados, porque a Guarda Municipal está fazendo atividades não públicas, mas privadas. Eu vou mostrar, eu vou provar, porque o povo precisa saber.

Sobre a insegurança naquele entorno, Ver. Garcia, eu acho que nós temos que fazer um grande alerta. Eu já fiz, porque V. Exª deve saber, como eu, e vou hoje mesmo, a partir de sua intervenção, mais uma vez reforçar o meu pedido para que a Brigada Militar e a Polícia Civil, especialmente o Denarc, cuidem todas as noites de dois pontos de tráfico naquele entorno. Um deles é na Praça Garibaldi; o outro é na Rua José do Patrocínio, esquina com a Rua Joaquim Nabuco. Não é porque o Governo do Estado é do meu Partido que eu vou deixar de cobrar ações da Polícia. Diga-se de passagem, ações importantes que a Polícia está fazendo atualmente no Rio Grande do Sul. Alguém dizia hoje, inclusive, Ver. Garcia, num grande jornal da Capital, que, quando a polícia faz ações na periferia, ninguém chama essas ações de espetaculosas, mas, quando fazem em relação às Prefeituras, as pessoas se queixam.

O comportamento da Polícia nos últimos períodos é correto. A apreensão de quase meia tonelada de drogas, ontem, na Zona Sul de Porto Alegre é outra ação que eu quero, aqui, dizer que foi importante. E eu diria mais: ela tem que ser mais espetaculosa, ela tem que mostrar que foram presas as pessoas como fez a Brigada Militar, ontem, divulgando a fotografia dos quatro que detonaram um posto na Serra gaúcha; eles estavam ajoelhados sob a ação de um cachorro. Esta, sim, tem que ser mostrada: a foto. Por isso que nos Estados Unidos, Ver. João Dib, todas as pessoas que são presas, algemadas, são mostradas, porque isso tem que ser significativo. Isso tem que ser significativo! Nós precisamos ter, sim, direito aos Direitos Humanos! Não podemos ter ações policiais que atropelem a cidadania, mas nós temos que ter ações policiais que sejam emblemáticas! E é por isso que eu defendo essas ações. Por isso, Ver. Garcia, aquele entorno do Ginásio Tesourinha, a Praça Garibaldi, o entorno do Bar Opinião, na Rua José do Patrocínio com a Rua Joaquim Nabuco, são os pontos nevrálgicos do tráfico, hoje, no Bairro Cidade Baixa! E é preciso combater isso, porque ali não são, como dizem, os pés de chinelo das vilas que estão traficando ou que estão consumindo; é a fina flor da classe média e da classe alta que, muitas vezes, quando são atingidas, dizem que a polícia faz ações espetaculosas. Não! Nós precisamos ter ações concretas!

Mas eu quero voltar a algumas questões também sobre a Copa, Ver. Garcia. Nós temos que pensar a Copa hoje e amanhã, e muito além da Copa. Eu estou vendo anúncios disso, anúncios daquilo, podem sair obras importantes, devem sair obras importantes, será um importante legado para Porto Alegre, mas, se nós não cuidarmos do nosso povo, se os moradores de rua, drogaditos, não tiverem uma ação da FASC, da Prefeitura junto com a Secretaria Municipal da Saúde, não tem solução, porque uma pessoa que está no fundo do poço só será recuperada com uma ação conjunta de todas as autoridades, porque essas pessoas que estão no lixo, no fundo do poço, que não têm mais autocontrole, precisam ter a ação externa do Estado, precisam ter a ação externa da cidadania, da Saúde pública e da Assistência, para que sejam internadas, cuidadas, porque, senão, nós teremos o lixo da história jogado na sarjeta, nos esgotos da Cidade, como moradores de rua que hoje estamos vendo, como disse: em plena Praça Parobé, no Terminal, ao lado do Mercado Público. Isso é uma indigência, tem que haver uma ação de Estado, uma ação conjunta! Se a Prefeitura não tem condições de resolver sozinha, por seus meios, que busque a parceria com o Governo do Estado, busque a ação da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado, que busque o Ministério do Desenvolvimento Social, pois verbas existem para isso, ou seja, o problema existe na nossa rua, o problema existe ao lado do Mercado Público, o problema existe no Terminal Parobé, onde as pessoas pegam os seus ônibus, descem para trabalhar no Centro de Porto Alegre, e tudo está tomado! Por isso temos que ter ações.

Também me pergunto quando começarão as obras básicas para que a gente tenha uma Copa decente? Olhem a sujeira da nossa Cidade! Onde está o trabalho de educação? Onde está o trabalho para a separação do lixo? Onde está o cuidado com as nossas calçadas? Onde está a fiscalização? Sim, nós queremos uma Copa que deixe muitos legados para Porto Alegre, mas, para que isso aconteça, é preciso começar já e agora, sem pirotecnias, sem fanfarronices! Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Toni Proença assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; Srs. Vereadores; meus senhores e minhas senhoras, os pronunciamentos dos Vereadores Professor Garcia e Adeli Sell me levam a refletir um pouco sobre o nosso Brasil.

Hoje, o Congresso Nacional está estudando a possibilidade de dividir o Estado do Pará em três Estados. Significa progresso? Não. Significa que teremos mais Deputados Federais e mais Senadores. Nós temos 27 Estados. Chega. Nós criamos Ministérios e mais Ministérios. Agora será criado o Ministério da Micro e Pequena Empresa, chamado de Secretaria da Micro e Pequena Empresa, mas, na verdade, com status de Ministério, e vai ser dirigido, segundo tudo indica, pela proprietária do Magazine Luiza. Ela deve se preocupar mesmo com a micro e pequena empresa.

Em 1985, nós tínhamos, no Rio Grande do Sul, 233 Municípios; hoje, nós temos 496 Municípios, e os Deputados já estão estudando a criação de mais Municípios. Como um Município com 5 mil habitantes, 1.800 eleitores, pode se autossustentar, se não tem indústria, se não tem comércio, se não tem turismo? Não sei! Está esperando o Fundo de Participação dos Municípios, que é uma miséria. Então, nós deveríamos melhorar as condições dos nossos Municípios e não fazer mais Municípios, o que significa também mais vereadores, mais delegados, mais juízes, mais hospitais e uma série de outros eventos que precisam ser resolvidos.

Em 1985, nós tínhamos 32 mil homens na Brigada Militar. Nós chegamos a ter 20 mil. A Governadora Yeda aumentou mais 3 mil; o Governador Tarso está providenciando mais 2 ou 3 mil, mas nós não chegamos ainda nos 32 mil homens que a Brigada Militar tinha para 233 Municípios! Agora, pensar que a Guarda Municipal possa fazer as atribuições da Segurança Pública, que não compete ao Município, mas sim à Polícia Civil e à Polícia Militar... E por outro lado, a Polícia Civil também tem a metade dos quadros, se é que tem a metade dos quadros necessários para resolver os problemas de um Estado que cresce em número de Municípios, e já estão pensando em mais... Então, não é esse o problema, agora a Guarda Municipal está aí exatamente para cuidar dos próprios municipais: Escolas, o Ginásio Tesourinha, sim, os prédios das Secretarias que estão fora do prédio da Prefeitura, o Paço dos Açorianos e o José Montaury; os hospitais, enfim, aqueles próprios que precisam ser guardados durante 24 horas. Quinhentos e poucos homens não podem fazer esse atendimento, pois eles precisam fazer turnos de seis ou oito horas - então, é preciso muito mais gente -, mas pensar que eles vão cuidar da segurança pública... Não cabe a eles. Oferecer um estacionamento que é público? Sim, porque é para uma Secretaria, é para uma empresa pública de transporte. É bom lembrar que nós teríamos que, durante a noite, colocar guardas municipais para cuidar do patrimônio privado que ali seria estacionado, e, se houvesse algum incidente, a Prefeitura teria que indenizar.

Então, acho que não é esse o nosso caminho. O nosso caminho é buscar policiamento, dar condições à Secretaria de Segurança. Nós temos que honrar a Brigada Militar e a Polícia Civil todos os dias, porque eles se desdobram, eles fazem coisas extraordinárias com salários minguados, com condições as mais adversas, lutando com armamento inferior, muitas vezes, ao dos meliantes, e é claro que merecem o nosso elogio, porque eles trabalham com alma, com toda a energia possível e com desprendimento, com a preocupação de servir, e não são compensados. Agora, não podemos culpar a Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Segurança Urbana do Município. Eu acho graça que exista essa Secretaria. Eu fui Secretário de Governo, e a Guarda Municipal era subordinada à Secretaria do Governo e funcionava muito bem. Agora, secretaria de direitos humanos... Eu sou favorável aos deveres humanos. Se todos nós cumprirmos com os nossos deveres, se os brasileiros se preocuparem com o dever e não com o direito, nós vamos ter um país melhor, a começar por uma rua melhor, por uma cidade melhor, por um Estado melhor e por um país, evidentemente, muito melhor. É disto que nós precisamos, de gente que cumpra com o seu dever e não crie direitos que não são respeitados.

Todos têm direito ao salário mínimo que seria capaz de resolver o problema de uma família de quatro pessoas, e aí discutiram se o salário seria R$ 540,00, R$ 545,00, R$ 560,00. Ano que vem, vai ser R$ 616,00. Será que dá para sustentar quatro pessoas? Mas é um direito do trabalhador o salário mínimo. Eu prefiro que haja gente com dever de dar condições ao trabalhador de sobreviver, gente que tenha condições de dar segurança a todos os cidadãos, e não apenas gente que critique. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra em Tempo de Presidente.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Bom-dia a todos e a todas. Eu estava inscrita em Comunicações, mas, como vou precisar de um tempo um pouco maior, solicitei Tempo de Presidente.

Nós procuramos fazer um balanço dos seis meses do Câmara na Comunidade. Acho que é muito importante que esta Casa saiba que o Câmara na Comunidade tem representação pluripartidária e não é apenas uma visita que, depois, não tem consequências. Ao contrário, nós nos sentimos extremamente comprometidos com o encaminhamento de cada uma das questões que aparecem, sabendo que não existe solução mágica, mas que há questões que não podem não ter continuidade. O Ver. Adeli levantou aqui uma das questões das primeiras visitas. Mas nós organizamos um balanço, Ver. Adeli, a partir do conjunto das demandas, para dar visibilidade aos problemas que são os maiores da cidade de Porto Alegre, pelo menos pela nossa verificação.

Das 26 comunidade visitadas, 21 apresentaram problemas com lixo, tema do DMLU, que vão desde a irregularidade na coleta, os focos criados pela falta de coleta nas vias estreitas e a orientação da empresa para que deixem o lixo nas esquinas, até a proliferação de ratos pelo grande acúmulo de lixo, o descarte da reciclagem dos moradores e a ausência de educação ambiental. Vinte e uma! O campeão das demandas e dos problemas é o tema do lixo. O DMLU - e aí eu quero dizer - sempre se faz presente, faz as ações pontuais, mas o modelo não se modificou. O DMLU acompanhou, praticamente, todos os Câmara na Comunidade, Ver. Toni, e faz limpeza no dia, e faz limpeza depois, é muito solícito. A nossa dificuldade é que o problema volta, porque tem que se repensar o modelo. A Cidade não está respondendo ao tema do lixo. Dezenove comunidades pautaram questões relativas ao DEP. DEP é o segundo tema (Lê.): “Da ausência de infraestrutura de esgotamento sanitário à desobstrução de valas, limpeza de arroios e de bocas de lobo. A questão mais séria é a ausência de política de descarte do material orgânico a ser retirado das valas. Vilas inteiras são inundadas com as chuvas e contaminadas.” O DEP reconhece que não tem, Ver. Dib, onde colocar o resíduo que ele deve tirar das valas. Então, a Zona Sul está com um problema seriíssimo em relação a isso; aqui no Humaitá. E nós temos um problema que é, junto com o descarte da construção civil, gravíssimo na cidade de Porto Alegre. O Secretário Ernesto diz que há seis meses ele não limpa vala, Ver. Toni Proença, e isso está encharcando as vilas. Então, se nós não temos onde colocar o material contaminado, na verdade, é na casa das famílias que está ficando o esgoto com lodo, com lixo e com ratos. Isso é muito grave! Nós já acionamos o Ministério Público, porque o DEP diz que o problema é o Ministério Público não liberar; a SMAM encaminha ao Ministério Público e não libera, é um jogo de empurra, e eu pedi para o Dr. Eduardo de Lima Veiga reunir as diferentes Promotorias e as Secretarias, para pensar alternativas.

Terceira Secretaria mais demandada: DMAE. (Lê): “Quinze comunidades apresentaram questões sérias de ausência de provimento de água [limpa] e de rede de esgoto.” Destaca-se o atendimento por mangueiras, os famosos mangueirões, que não garantem que a água não esteja contaminada, que tenha pressão suficiente para um banho, para usar uma máquina de lavar roupa, para todas as necessidades de preparo, condicionamento e limpeza dos alimentos. Então, vejam: 15 comunidades demandam o DMAE. E o DMAE não acompanha as visitas; e o DMAE não dá respostas aos problemas! Eu tenho que ser franca e branca aqui: nós temos pautado o DMAE, que sempre foi, Ver. Dib, o “primo rico”, no bom sentido, a Secretaria que arrecada, que tem condições de protagonismo, tem que ter um nível de investimento importante. Sinceramente, eu estou impressionada com a dificuldade do DMAE em apresentar alternativas. E água é um bem público, é um bem que nós não podemos negar para ninguém.

Sobre o DEP, eu esqueci de dizer que o DEP acompanha, tem sempre um assessor comunitário acompanhando. O problema do DEP são problemas mais estruturais; ele está sem condição estrutural, não está conseguindo atuar na prevenção das enchentes, das casas tomadas pela água.

Em quarto lugar, temos duas Secretarias. Nós juntamos, porque é o tema do DEMHAB e da Secretaria de Gestão, já que a Gestão está tratando muito dos problemas relativos à habitação. São 11 comunidades que apresentaram demandas nessa área, ou por problema de reintegração de posse, pessoas morando em área de risco - o Ver. Adeli citou uma -, atingidas pelo Socioambiental com degradação da condição de vida, de moradia, ou buscando a regularização fundiária e reurbanização, como é a Vila Hípica - poderia citar várias -, insegura sobre o destino em função das obras da Copa, como é aqui o Cristal. (Lê.): “Chama atenção a situação dramática [que a Verª Maria Celeste já colocou aqui] das quatro vilas da Humaitá que estão previstas há mais de dez anos no PIEC [Programa Integrado Entrada da Cidade], com recursos do Fonplata [Ver. Adeli, previstos para aquelas comunidades].” Esses recursos sofrem com uma burocracia, com uma morosidade inexplicáveis, acentuando, assim, as condições de miséria. Então, não são vilas que não têm financiamento, não têm previsão; têm. O Governo é que não consegue fazer uma gestão ágil. Mais: a Vila Tio Zeca, antiga Vila Areia, foi retirada, e a área onde tinha que haver construção já tem 140 famílias ocupando. E os moradores dizem: “Olha, eles ocuparam”. E a gente vê que é uma coisa muito nova, de seis meses, quatro meses. O próprio CAR avisou que tem que cercar, que não pode deixar ocupar. Então, ali o problema fica grande, porque não tem uma gestão firme no Entrada da Cidade, tem um programa para isso. Isso é muito grave!

Para não dizer que sobra só para o Município, a CEEE é a quinta política pública mais demandada. Quanto à CEEE, foram 11 comunidades que apresentaram precariedade nas ligações de luz, com risco sério de incêndio, com postes em risco de cair, com impossibilidade de ligar eletrodomésticos, de preservá-los e de tomar um banho quente neste inverno duríssimo. A CEEE nos acompanhou no início e, agora, diz que não tem pernas para acompanhar, que não tem equipe para isso, começou a projetar a aplicação da norma federal, e nós temos um grupo aqui que trabalha nisso, o Ver. Comassetto, o Ver. Toni. Nós vimos, numa comunidade, que está começando a colocação de postes, é lá na Zona Sul - daqui a pouco, me lembro do nome da comunidade.

A CEEE é um tema que esta Casa já trabalha muito, e nós vamos agendar com o Governador para que esse tema tenha a prioridade necessária para dar condições à população, porque vocês imaginem isso combinado: não tem água, não tem esgoto, não tem luz, e as moradias são precárias. É seriíssimo!

Aqui, no tema do DEMHAB, faltou chamar a atenção para o fato de nós termos muitos problemas de casas com goteiras, Ver. Toni, principalmente no Entrada da Cidade. Poderia haver uma ação da Defesa Civil e do DEMHAB com doação de telhas, com kits, que poderiam atenuar o problema. Nós estamos encaminhando essas questões mais graves, mas não temos respostas.

Convido os Vereadores para amanhã, às 11h, se quiserem participar; o Ministério Público chamou a Defesa Civil, o Léo Bulling estará no Ministério Público dos Direitos Humanos para vermos quais são as políticas para essas situações mais graves.

A sexta área mais demandada é a SMED: oito comunidades pautaram demandas da Educação, especialmente da Educação Infantil, que vão do aumento de demanda para atender mais crianças à construção de novas creches. Destacam-se, aqui, três situações que vêm de anos, conquistadas no Orçamento Participativo e que precisam de providências: a Creche da Vila Topázio, a Creche Estrela Mágica - que está num local alugado, que ganhou há muitos anos no Orçamento Participativo, que tem recursos, que lutou, que apresentou terrenos, e nada acontece -, e a reconstrução da EMEI Tronco. Para essas três situações, a SMED dá informações diversas: a cada vez, a cada ano, volta à estaca zero, Ver. Dib. As três situações, menos a Estrela Mágica - as duas situações -, já foram previstas como contrapartidas de empreendimentos, a ponto, Ver. Dib, com relação à Creche Topázio, de a empresa que daria a contrapartida ter ido falar com as lideranças. E depois essas contrapartidas somem.

A EMEI Tronco seria reconstruída por contrapartida de uma empresa da Zona Sul, mas não sabemos onde foi parar.

Eu gostaria, Ver. Mauro Pinheiro, que algum Vereador pegasse o tema das contrapartidas dos empreendimentos na cidade de Porto Alegre e se dedicasse a destrinchá-las, porque não sabemos aonde vão. Não sabemos! São várias. E a gente não sabe para onde estão destinadas as contrapartidas.

E, quanto à questão das Emendas federais, serão num outro momento, e a Topázio já seria para uma emenda da Deputada Manuela; depois, seria para uma emenda de um outro Deputado - esqueci o nome -, e agora não é mais, não tem mais recurso de lugar nenhum. É muito sério! São três situações bastante antigas e sérias.

O sétimo tema é a Saúde: sete comunidades indicaram insuficiência no atendimento de Saúde: Unidades Básicas insuficientes, na sua estrutura humana e física; pequena quantidade de fichas; madrugadas para disputar fichas. Madrugadas para disputar fichas continua sendo uma realidade na cidade de Porto Alegre! E falta equipe no Programa de Saúde da Família. A área destinada à Saúde no Cohab Cavalhada estava tomada de lixo - acho que o Ver. Mauro Pinheiro estava junto - e era a porta de entrada para queimada de reserva ambiental. E nós conseguimos com que o DMLU fizesse a limpeza. Estancamos aquele corte de árvores, mas ainda não temos nem placa indicando que aquele lugar será destinado à Saúde, não temos perspectiva. A SMS não nos dá retorno.

A oitava demanda é relativa à SMOV: sete comunidades apresentaram demandas do tipo manutenção e patrolamento das ruas, colocação de saibro, obras gravadas no OP, que não acontecem. A SMOV tem nos atendido. Na Topázio, por exemplo, a rua nunca esteve tão bem. A SMOV foi até a Santo André, tirou o barro, mas depois colocou um saibro - parece que foi o DMLU -, meu Deus, ficou um caos, mas está tentando responder. O problema são as obras do OP.

Nona demanda, SMAM: sete comunidades com solicitação de avaliação de árvores com riscos, limpeza e organização de praças. A SMAM sempre nos acompanha. Nós temos a alegria de dizer que foi organizada a praça na Ponta Grossa, a capina no Centro Esportivo da Tristeza e a agilização na Feira de Artesanato da Tristeza. Podemos contar como feitos da SMAM. Houve mais a poda e limpeza. A gente pode reconhecer que a SMAM está presente, expõe-se, discute com os moradores, fornece os telefones e coloca-se à disposição.

Décima demanda, EPTC: cinco demandas, algumas atendidas, como redução de velocidade na Estrada Afonso Lourenço Mariante, os quebra-molas foram mudados - foi a primeira visita - e foi mudado o lugar da parada de ônibus. Agora, nós temos vários pedidos de ampliação de linhas e mais horários de ônibus.

Décima primeira demanda, SME: cinco demandas apareceram no tema de esporte e lazer. No Jardim Ingá, nós temos o centro esportivo completamente às escuras à noite, e nada aconteceu até agora. Ver. Toni, nós estamos falando, a comunidade é muito organizada. O Jardim Ingá é um lugar muito bom, mas é um breu, quer dizer, o trabalhador, o jovem, em vez de ter aquela alternativa para jogar, praticar esportes, não há como, é tudo escuro, não tem o que fazer.

A SME também foi ao Parque de Esportes Ipanema, prometeu-nos um professor. Em uma semana, não aconteceu mais nada, precisamos retomar, porque é um parque de esportes enorme, com equipamento esportivo. E, da mesma forma, a Praça Rejane Vieira, na Vila Cruzeiro do Sul. Essa praça, conforme dito pelas lideranças, era modelo, Ver. Dib; havia professor lá, mas hoje estão caindo paredes, as goleiras, está tudo sujo, tiraram os professores. Eu estou falando da praça principal da Vila Cruzeiro, praça essa que o Ver. Adeli deve conhecer bem. E nós não temos, por parte da SME, retorno sobre isso.

Depois, nós temos, então, para encerrar, demandas pontuais. Mas nós chamamos atenção para o tema da FASC e da Busca Ativa. Nós encontramos muitas famílias muito pobres, que perderam, por exemplo, Bolsa Família. A equipe do CRAS tem acompanhado, no bairro Humaitá, as vilas, mas nós achamos que a presença da FASC tem que ser muito maior em cada um dos pontos.

Essa é só uma síntese, mas nós temos todas as comunidades elencadas por temas, com suas ruas, suas demandas, suas questões. Nós estamos pedindo uma agenda com o Prefeito, vamos mandar esse material a cada um dos Secretários, no sentido de retomar todos os pontos. O nosso Câmara na Comunidade, nessa semana, volta para os bairros. Nós vamos dar uma olhada no bairro Petrópolis. É um bairro que tem menos questões dramáticas, mas que também tem problemas.

Eu faço essa síntese, dizendo que, para nós, é muito importante que isso seja levado muito a sério. Nós temos um grupo de Vereadores que têm se desdobrado em ações, em razão das suas relações. Acho que a comunidade está se sentindo respeitada, e a Prefeitura, estando junto, ganha com isso e faz com que a Cidade ganhe com isso também. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

(A Verª Sofia Cavedon reassume a presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Toni Proença está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. TONI PROENÇA: Srª Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, nossos amigos servidores, senhoras e senhores, neste Dia do Amigo, Ver. João Dib, eu quero usar a tribuna, inicialmente, para saudar e comemorar uma Lei que nós aprovamos aqui no final do ano passado, que é a Lei do Fracionamento do Passe Escolar. Depois de muito gestionar junto à Prefeitura, à EPTC e à ATP, terminamos por implantar - Ver. Mario Fraga, a quem eu saúdo no Dia do Amigo -, sexta-feira, a possibilidade de fracionar o passe escolar.

Eu quero saudar e comemorar que, na sexta-feira, no primeiro dia de aplicação dessa nova Lei, cem estudantes fracionaram o passe escolar. A partir dessa sexta-feira, segunda-feira e ontem, na terça-feira, a média tem se mantido. Então, eu quero comemorar o acerto da proposta, o acerto da articulação que foi feita junto ao Conselho Municipal dos Transportes, junto à Associação dos Transportadores, junto à Prefeitura, a todos os técnicos, e, principalmente, o apoio que todos os Vereadores desta Câmara deram para aprovar essa Lei. E quero saudar a iniciativa do Prefeito de sancioná-la, apesar do Veto à Emenda da Verª Sofia Cavedon, de poder usar o cartão de crédito, mas chegamos lá, vamos avançando aos pouquinhos. Quero saudar essa possibilidade que se mostrou acertada por conta do acesso e do uso que ela vem tendo nos primeiros dias da sua aplicação.

Quero aproveitar esta tribuna hoje para satisfazer uma demanda da Verª Sofia, quando diz que é preciso que se dê publicidade e transparência às contrapartidas dos empreendimentos imobiliários em Porto Alegre. Está tramitando na Casa um Projeto de Lei de minha autoria que determina a transparência, a publicidade das contrapartidas, através da informação às associações de moradores, ao Fórum Regional do Orçamento Participativo e a todas as entidades envolvidas, principalmente à vizinhança, de quais contrapartidas foram negociadas e como elas devem ser executadas. Isso deve não só constar a partir da aprovação da Lei na placa da obra, como também serem oficiados o Fórum Regional do Orçamento Participativo, o Conselho do Orçamento Participativo e as associações dos moradores. Portanto, nós teremos mais transparência, porque o Governo já faz a exigência das contrapartidas, nós não temos dúvida disso; o problema é que as contrapartidas são pouco difundidas, e aí a comunidade fica sem ter a devida informação.

O último tema, Ver. João Dib, é o Plano Municipal do Livro e da Leitura. Hoje acontece a última reunião regional, na Lomba do Pinheiro, na Estrada João de Oliveira Remião, na Biblioteca Comunitária Leverdógil de Freitas, conhecida como Ipedae. Lá teremos mais uma oitiva das comunidades para a construção do Plano Municipal do Livro e da Leitura, cujo grupo de trabalho, composto a partir de um Decreto do Prefeito Municipal, vem se debruçando nisso há mais de três meses. Temos ouvido muita gente, todas as regiões foram ouvidas; hoje ouviremos a Lomba do Pinheiro, que já deveria ter sido ouvida na semana passada. O Ver. Adeli Sell esteve conosco, na sexta-feira, lá no bairro Cristal, ouvindo aquela comunidade, e, semana passada, no dia em que ouviríamos a Lomba do Pinheiro, houve aquele temporal e a comunidade pediu para que adiássemos, sendo remarcada para hoje.

O Plano tem sido muito discutido e muito debatido, e entusiasma ver como a comunidade está se envolvendo na construção deste Plano. Tenho certeza de que teremos uma boa proposta, e, logo, logo, esse Plano deverá vir à Câmara para ser transformado em Lei. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Ver. Toni Proença. Quero parabenizá-lo pelo tema do parcelamento da compra das passagens, porque acredito que, lamentavelmente, a iniciativa do Legislativo, Ver. João Antonio Dib, não foi valorizada como deveria. O Governo Municipal, hoje, faz a propaganda, os estudantes são beneficiados, e foi, sim, uma iniciativa do Ver. Toni, uma construção deste Legislativo. Pela importância que a Casa tem para a população, eu acho que se deveria prestar este reconhecimento.

Ver. Toni Proença, parabéns! Sou parceira de continuarmos lutando pela compra através do cartão de crédito.

Quero também me somar aos elogios a ti e à Verª Fernanda, fundamentalmente, que estão circulando pela Cidade, construindo e estimulando as pessoas a pensarem ações para desenvolver a leitura na Cidade. Nós vamos fazer uma Audiência Pública na Casa na segunda semana de agosto. Claro que muito melhor é ir ouvir na periferia. Eu não consegui ir a nenhuma delas por conta das outras agendas, mas fico muito orgulhosa dos companheiros que estão trabalhando nisso. Dia 10 de agosto, será a nossa Audiência Pública para a oitiva sobre o Plano Municipal do Livro e Leitura, uma quarta-feira.

Peço ao Ver. Toni Proença que assuma a presidência dos trabalhos, pois devo me deslocar para acompanhar a cremação.

 

(O Ver. Toni Proença reassume a presidência dos trabalhos.)

 

A SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, muitas vezes, Ver. João Antonio Dib, vim a esta tribuna para falar da falta de gestão na Prefeitura, dizendo dos vários problemas que enfrentamos na nossa Cidade pela falta de gestão - a situação sempre diz que estamos falando muito sobre a falta de gestão, mas hoje quero comentar um fato preocupante que ocorreu com a empresa Carris e que demonstra essa falta de gestão. Essa empresa fez um pregão para contratar uma empresa para implantar um software. Por que a Carris não quer contratar a PROCEMPA? Para que serve a PROCEMPA? Foram realizados três pregões, e a empresa que venceu para implantar, Ver. Toni, um software de gestão na Carris foi a sua concorrente Sudeste, que faz parte de um consórcio e possui uma empresa que se chama Softbus. Essa empresa tem o mesmo endereço da Empresa Sudeste, que faz parte de um consórcio que é concorrente da Carris, e é essa empresa que vai cuidar de toda parte de gestão da Carris! Vai colocar a concorrente para cuidar dos seus negócios? É total a incapacidade de escolha.

Mas pior ainda é a forma como foi realizado o pregão, Ver. João Antonio Dib. O primeiro pregão foi realizado no dia 25 de janeiro, e a Carris estabeleceu um valor inicial de R$ 285.000,00. E o que chama atenção é que, além do valor inicial estabelecido em um dos itens, não haverá antecipação de pagamento ainda que haja requerimento do interessado. Só que, no primeiro pregão, apareceu a empresa Softbus. É determinado fracassado o pregão, e nem é aberta a proposta da Softbus, mas a proposta inicial da Carris foi de 285 mil reais.

Alguns dias após, no dia 10 de fevereiro, é feito um novo pregão. Dessa vez apareceram duas empresas, a Softbus e a GCBR. O valor inicial da proposta da Softbus foi de R$ 430.000,00, e da GCBR foi de R$ 2.159.115,94. O preço final da Softbus foi de R$ 425.700,00. Diante do resultado, o pregoeiro adjudicou o objeto da licitação, e a Empresa Softbus, pelo valor da proposta, foi aceita. Valor: R$ 425.700,00.

Esse novo leilão foi anulado, e, segundo informações, o nosso Diretor Luís Fernando Coimbra Albino ficou muito indignado, porque não poderia antecipar os valores para a Softbus. Esse pregão foi anulado e foi feito um terceiro pregão. Todos esses pregões sem nenhuma modificação no seu contrato. O que aconteceu? Para o terceiro pregão, esse mesmo diretor modificou o valor de R$ 285.000,00 para R$ 385.000,00; a única modificação que houve foi quanto ao valor, que só poderia haver repasses e adiantamentos se houvesse deliberação da Direção. Mas também anulado esse segundo pregão e feito um terceiro, onde a Softbus apresentou um valor de R$ 570.000,00, sendo que ela mesma aumentou a sua proposta inicial. Além de vencer por um valor maior, primeiro a Empresa Carris aumentou os valores de R$ 285.000,00 para R$ 385.000,00, sem nenhuma explicação. E a própria Empresa Softbus, que ganhou no segundo pregão, ganhou no terceiro por um valor de R$ 569.000,00. No mínimo, precisamos explicações por que esses valores foram aumentando.

Pior ainda: a empresa Carris, a pedido da Softbus, faz um adiantamento de R$ 170.000,00 para a Softbus. Por que, se, lá no início, não havia antecipações? Como é feita uma antecipação? Como aumentam os valores? Por que não a PROCEMPA e por que a Softbus? São perguntas que devem ser respondidas.

A Prefeitura, depois que o Ministério Público de Contas apontou irregularidades, diz que vai abrir uma sindicância. Mais uma sindicância cujo resultado sabemos que será o mesmo do ProJovem: não vai apontar nenhuma irregularidade! Portanto, Ver. João Antonio Dib, é preciso investigar. Nós estamos de olho, vamos averiguar. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Parabéns a todos pelo Dia do Amigo.

Nada mais havendo a tratar, estão encerrados os trabalhos da presente Reunião.

 

(Encerra-se a Reunião às 11h09min.)

 

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